terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Como Me Tornei Estúpido (Livro)

PAGE, Martin. Como me Tornei Estúpido. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2005.
Como me Tornei Estúpido conta a história de Antoine, um jovem de 25 anos que leva uma vida modesta, gosta de filosofia, artes e tem amigos que o adoram. Desiludido e sabendo que admirar a simplicidade, a amizade e as artes não trará nada de vantajoso para si, resolve investir em sua idiotice.

Depois de fracassar ao tentar o alcoolismo e o suicídio, para finalmente curar-se da doença: a inteligência; tem a brilhante ideia de ganhar muito dinheiro. Determinado, consegue um excelente emprego na empresa de um velho amigo do tempo de escola, o Raphi, e com ele aprende as artimanhas do mundo dos negócios. Simplesmente, esquece-se dos livros, do cinema, da filosofia que tanto adorava e era profundo conhecedor e dos queridos amigos: Ganja, Charlotte, Aslee e Rodolphe. Ganha muito dinheiro, aprende a investir na Bolsa para duplicar sua fortuna, compra carro importado e muitos utensílios de última moda que nunca usará. Antoine vira um exemplo, um homem de sucesso, invejado e, enfim, aceito pela sociedade. Porém, entre doses de Felizac, remédio para deixá-lo na estupidez, e a realidade, Antoine se torna uma criatura vulnerável de sua inteligência e espírito crítico, e a volta à vida de antes se dá num momento mágico, inspirador e surrealista.


O escritor francês Martin Page escreveu o livro após ter lido o Eclesiastes – cuja autoria é atribuída a Salomão por muitos relatos se corresponderem aos da sua vida – que conta a história de um filósofo em conflito existencial, comenta sobre suas desilusões e do materialismo epicureu de que não há nada melhor que o gozo carnal dos prazeres mundanos.

O livro de uma leitura agradável nos induz a profunda reflexão sobre a superficialidade da sociedade, dos sentimentos e da vida que levamos. Aparentemente simples, irônico e recheado de piadas que produzem inúmeras risadas, é na verdade uma grande bofetada na cara ao mostrar que o verdadeiro valor é saber apreciar as minúcias do cotidiano, coisas a que não damos valor, como um dia de outono, os pássaros, as flores ou um amor simples e verdadeiro, que para tal efeito, Page em certos momentos abusa dos detalhes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário